Caçapava do Sul

Ex-padre suspeito de estupro de vulnerável é ouvido

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Cerca de uma ano após a abertura do processo criminal, o ex-padre João Marcos Porto Maciel, 75 anos, acusado de estupro de vulneráveis foi ouvido na manhã desta quinta-feira em Caçapava do Sul. O interrogatório do ex-padre, conhecido como Dom Marcos de Santa Helena durou cerca de duas horas. Ele foi ouvido pelo juiz Leonardo Bofill Vanoni no foro do município. Como o processo corre em segredo de Justiça, Vanoni não revelou o conteúdo do depoimento dado pelo religioso.

Ex-padre acusado de estupro é interrogado nesta quinta em Caçapava do Sul

– A única coisa que posso adiantar é que ele (o ex-padre) foi ouvido hoje (na quinta-feira) e que foi encerrada a instrução processual – esclarece o juiz.

A partir de agora, conforme Vanoni, abre-se o período de cinco dias para o Ministério Público e para a defesa se manifestarem.

Negado o pedido de liberdade provisória para ex-padre suspeito de estupro de vulnerável

– Provavelmente o julgamento vai sair no final de fevereiro, início de março, aqui em Caçapava do Sul – afirma.

O caso

Dom Marcos de Santa Helena foi preso em dezembro de 2014. À época da prisão, ele era suspeito de cometer abusos desde 1961, e a polícia suspeitava que ele pudesse ter feito vítimas em 13 cidades do estado. Como alguns crimes seriam muito antigos, não constam no processo criminal. Dom Marcos é ex-membro das igrejas Católica e Anglicana e, quando foi preso, atuava em um monastério da Igreja Veterodoxa.

Justiça aceita denúncia contra ex-padre suspeito de pedofilia em Caçapava do Sul

Quando a polícia prendeu o ex-padre, reuniu depoimentos de seis pessoas que afirmam ser vítimas, o que deu origem à Operação Silêncio dos Inocentes. Um deles é Marcelo Ribeiro, hoje com 50 anos, empresário que escreveu um livro relatando os abusos que sofria quando trabalhava com ele em um coral em Minas Gerais.

– Ele era um professor que trabalhava muito a obediência absoluta, então ele castigava a gente fisicamente. A gente apanhava com tapa na cara, com reguada na mão. Era um abuso físico com abuso psicológico, porque a gente é colocado numa situação em que a gente tinha que ter o coral, a instituição, acima de qualquer coisa. Nesse processo, ele inclusive criou um afastamento familiar da gente. Eu ficava muito mais próximo dele do que da minha família. A partir do momento em que começaram os abusos sexuais, eu tinha que aceitar por obediência. Eu entrei no coral com 9 anos de idade, e aos 11 aconteceu a primeira vez. Dos 11 aos 14 foi esporádico e, dos 14 aos 15, os abusos foram diários –, relata.

Dom Marcos de Santa Helena está preso preventivamente. Em agosto passado, teve os pedidos de liberdade provisória, com alternativa para prisão domiciliar, negados pela Justiça.

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